Não era objectivo desta viagem a visita a Zurique, uma vez que já lá tínhamos estado 3 dias numa viagem anterior e percorremos os locais mais importantes. Assim, de Urdorf seguimos para Konstanz e, daí seguir pela Baviera alemã. Nesta região da Suiça-alemã a paisagem continua idêntica àquela que vínhamos encontrando extensas pradarias, bosques verdejantes, vaquinhas a pastar tranquilamente nos prados e, caso curioso, as vacas encontram-se, até mesmo, dentro das povoações, em pastagens junto às casas mas, talvez devido à fresquidão do clima, não se vêm moscas.
Almoçámos pelo caminho, em Lommis, uma povoação rural, rodeada de prados verdinhos e com lindas casas onde não faltam as flores sempre em grande profusão, aliadas com os mais imaginativos objectos para ajudar a decoração.
Ao chegarmos a Konstanz, o GPS indicou-nos a entrada no ferry. Ficámos surpreendidos pois já tínhamos estado em em Konstanz, vindos da Áustria com breve passagem pela Alemanha e contornámos o lago para entrar na Suiça porém, verificámos que por ali seriam cerca de 100 km a menos. A viagem demorou cerca de 40 mn e foi muito agradável. Tivemos a sorte de a nossa AC ser a 1ª de uma fila portanto íamos na proa com belíssima visibilidade.
Konstanz na zona do cais
Aqui vamos nós a navegar no lago
E aqui, a chegada à Alemanha. Primeiro saem as pessoas que se deslocam a pé ou de bicicleta e só depois os veículos automóveis.
Já na Alemanha, a paisagem continua bonita, as estradas são óptimas e, como estava a anoitecer, resolvemos ficar num camping a cerca de 6 km de Fussen e a 9 km do castelo de Neuschwanstein que queríamos visitar: O Campingplatz Seewang mesmo junto a um lago e num ambiente de tranquilidade e paisagem linda. Ao nosso lado ficou um casal alemão, muito simpáticos, que falavam bem espanhol pois tinham estado uns anos na República Dominicana a lecionar. Foram-nos muito úteis pois entendermo-nos com os alemães não é fácil visto que eles não se esforçam minimamente em falar outras línguas (há excepções, claro…).
Ficámos 2 dias neste camping para fazer uma limpeza na AC e descansar um pouco. No dia seguinte seguimos para Neuschwanstein para visitar o castelo, mandado construir por Luís II da Baviera em 1869, ainda que esta obra nunca fosse concluída por ele. O castelo foi construído ao estilo das fortalezas medievais porém. o seu interior apresenta traços góticos e decoração muito luxuosa e de grande qualidade artística. Só uma parte do castelo é visitável e fica nos pisos superiores aos quais se tem acesso através de uma escada em caracol em cada torreão.
O enorme parque de estacionamento onde ficámos, vendo-se o castelo na encosta. Há um bus que nos conduz ao castelo mas como as visitas são com hora marcada e a nossa já só pôde ser às 17h25, resolvemos ir a pé para apreciar a paisagem e fazer a nossa caminhada diária. Mesmo assim, ainda tivemos que estar 2h à espera da hora de entrada. mas o percurso fez-se bem até lá acima, percurso que demorou cerca de 45 mn.
Quando fomos tirar os bilhetes ( 12 € cada ), encontrámos um grupo de portugueses, de Évora que viajavam através de uma agência e que estavam encantados com o castelo. Por toda a parte se encontram portugueses!
Imagens da subida
Pequenos regatos que descem da montanha e refrescam ainda mais a paisagem
Pelo caminho encontram-se alguns hotéis, restaurantes, bares ou simplesmente locais de venda de recordações.
Lá de cima, estende-se a vista por esta paisagem verdejante que nos enche a alma e nos dá uma enorme sensação de liberdade.
Para dar uma ideia melhor, esta é uma vista do castelo, feita a partir de um poster porque, para nós, é impossível fazer uma foto destas.
Esta é a entrada principal
O pátio do castelo, após a entrada principal.
Era por aqui que se fazia a entrada para o interior quando o número do nosso grupo aparecesse no quadro que se distingue no canto inferior direito da foto. As entradas do vários grupos faziam-se de 5 em 5 mn e estava muito bem organizado. Fizemos a visita com audio-guia em português, muito elucidativa. Dentro do castelo não se pode fazer fotos.
Iniciámos a visita pelas instalações dos empregados, de linhas sóbrias mas em condições condignas. Os aposentos do rei, sobretudo o quarto e antecâmara, possuem móveis extremamente trabalhados e de madeiras nobres. A cama de dossel é uma peça artística de enorme riqueza, de aspeto pesado mas muito bela. Os estofos, cortinados e colcha, em tons de azul ( a cor preferida do rei ) e dourado. Junto ao quarto uma pequena capela porque o rei era muito religioso. A sala do trono é riquíssima pelas suas pinturas nas paredes e no tecto. O rei era um grande apreciador de arte e grande admirador de Wagner e da sua obra. A sala dos cantores também é imponente mas, tudo isto, pouca utilidade teve para o rei porque, antes de terminar as obras no castelo, foi considerado louco, feito prisioneiro no seu quarto e depois levado para o castelo de Lindorf, onde apareceu morto, junto ao lago, passados poucos dias.
Esta foi uma foto que conseguimos fazer através de uma janela que estava entreaberta.
A saída fez-se por este túnel, tão fresquinho que até apetecia circular nele.
Garmisch era o nosso próximo destino e para lá seguimos já com a noite a espreitar. A distância eram cerca de 60 km mas, a meio do caminho encontrámos uma enorme área de descanso e resolvemos parar porque vimos uma zona destinada ao aparcamento de autocarros e autocaravanas. Como havia um quiosque no local, bebemos um café e perguntámos à senhora se poderíamos ficar ali. Ela disse que não havia problema e lá ficámos.
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