Saímos de Chartres após o almoço e, atravessando uma região muito bonita, seguimos pela "Route du Blé". Na verdade, são imensas as searas que se encontram à beira da estrada. Searas a perder de vista, ondeando com a leve aragem que soprava docemente, limitadas, de longe em longe, por pequenos bosques, muito frondosos, onde a caça se pode abrigar e fazer criação. Os animais andam tão à vontade que, junto de uma seara à beira da estrada, vimos um lindo faisão e, mais à frente, outro. Os pombos bravos são às dezenas e é frequente verem-se avisos de perigo de atravessamento de veados e corças. É muito bonita e verdejante toda esta região do Eure-et-Loire. Gostámos muito deste percurso de Chartres a Chateaudun e daí para Chambord, passando por Beaugenay. Quando entrámos no domínio de Chambord, deparou-se-nos uma imensa reta, ladeada de floresta, com cerca de 6 km de extensão, até chegarmos ao castelo. Não se pode parar ou estacionar senão nos parques de estacionamento, junto ao castelo, que são pagos. A estrada que atravessa o domínio tem cerca de 10 km. À hora que passámos já não era possível visitar o castelo, por isso, resolvemos seguir para Chenonceau e visitar, antes, este castelo, chamado castelo das damas.
A beleza da "Route du Blé" - uma bela estrada ladeada de imensos trigais.
O verde é a cor dominante.
Castelo de Chambord, o maior e mais rico do Vale do Loire
A enorme reta que atravessa o Domínio de Chambord
Chenonceau
Ponte sobre o rio Cher, em Chenonceau
Chenonceau - Museu de Cera
Torre dos Marques - é o que resta do primitivo castelo e moinho fortificados que pertenciam à família Marques
Capela do palácio. Os vitrais são do séc. XX, pois os originais foram destruídos por um bombardeamento em 1944.
Quarto de Diana de Poitiers, favorita do rei Henrique II que lhe ofereceu este castelo. Quando o rei morreu, a rainha, Catarina de Médicis, pediu a Diana que lhe restituísse o castelo, tendo-lhe oferecido outro.
Durante todo o ano, os arranjos florais do castelo (de flores naturais) são mudados todas as semanas.
Esta é a galeria construída sobre o rio Cher, para salão de baile e utilizada como enfermaria durante a 2ª Guerra Mundial.
Uma das duas lareiras renascentistas que existem nos topos da galeria. Pela porta do lado sul, alcança-se a margem esquerda do rio Cher.
Durante a 2ª Guerra Mundial, o rio Cher materializava a linha de demarcação. A entrada do castelo estava situado na zona ocupada(margem direita). A galeria, cuja porta sul dava acesso à margem esquerda, permitiu que os resistentes fizessem passar muita gente para a zona livre. Durante todo o período da guerra, uma bateria alemã manteve-se atenta para destruir Chenonceau a qualquer momento.
Quarto de César de Vendôme
Quarto de Catarina de Médicis
Quarto de Gabriela d'Estrées
Vestíbulo
Mais um lindo arranjo floral numa das salas.
Jardim de Diana de Poitiers
Um aspeto exterior do castelo, sendo visível a galeria sobre o rio Cher
Outra vista do jardim de Diana
O castelo visto do jardim
Vista do lado poente
Jardim de Catarina de Médicis
A Adega
Os jardins
Os celeiros da Quinta
Dependências da quinta do séc. XVI
A quinta produz frutas e legumes para o restaurante e flores para o castelo
Um aspeto da mata
O labirinto
Nas imediações do castelo há parques de estacionamento para todo o tipo de veículos, incluindo um para ACs, com boas sombras porém, das 11 h da noite às 7 h da manhã, o estacionamento está interdito, pelo que encontrámos um local ótimo para pernoitar junto à estação de caminho de ferro de Chisseau (mesmo ao lado de Chenonceau), que está desativada.
Ainda não contei uma peripécia que passámos antes de cá chegarmos, devido a uma partida que o GPS nos pregou. Tínhamos posto as coordenadas que um companheiro nos forneceu do estacionamento em Chenonceau. Faltavam 400 m para chegarmos ao local, quando o GPS nos manda virar à esquerda. Era uma rua estreita mas... como faltavam só 400 m, pensámos que seria só aquele bocadinho. Qual não é a nossa surpresa quando, 200 m à frente, aparece a linha de caminho de ferro e a passagem era por baixo da linha, com uma altura de menos de 2 m e ainda mais estreita que a estrada... Impossível fazer inversão de marcha, a solução era ir de marcha atrás..... os espelhos estavam a centímetros dos muros, cheios de trepadeiras... Enfim... uma odisseia de se lhe tirar o chapéu!!!... O velhinho fez o doutoramento em condução de autocaravanas!!! Noutras ocasiões, também complicadas, fez o bacharelato e a licenciatura mas esta foi a mais difícil prova, neste aspeto, por que passámos. De tal maneira que, quando chegámos à estrada o boné que trazia na cabeça estava ensopado pela transpiração. Mas conseguiu fazer aquela "tese de doutoramento" com nota 20, sem um risquinho na AC. Nos últimos metros tivemos a ajuda de uma moradora que nos facilitou a entrada na estrada, indicando se vinha trânsito porque, mesmo que eu quisesse sair para fazer esse trabalho, não podia porque não tinha espaço para abrir a minha porta... Felizmente, tudo correu bem, graças a Deus e à habilidade e calma do condutor que, em situações difíceis mantém uma calma fora do habitual.
Realmente, o estacionamento era do outro lado da linha mas... o caminho não era por ali... Havia uma estrada melhor para lá chegar e foi por essa que seguimos depois.
Estas viagens, para além das maravilhosas paisagens, do conhecimento que adquirimos, da gastronomia que saboreamos, das pessoas que conhecemos, têm sempre um ou outro episódio que nos faz subir a adrenalina e recordá-lo com um sorriso de satisfação (quando acaba bem, claro!...), passado algum tempo. É tudo isto que nos faz gostar tanto de viajar na AC e que nos vai dando, cada vez mais, experiência.
As informações são muito úteis. este ano estou a pensar ir de autocaravana até ao Loire. è a primeira viagem deste tipo, não tenho a perícia nem a calma que vocês tiveram , será que ainda se lembram da coordenada que me poderá, quem sabe, levar a um "beco sem saída", que no fundo com a minha inabilidade, seria o fim da viagem.
ResponderEliminarObrigada