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segunda-feira, 8 de março de 2010

8 DE MARÇO - DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Na juventude era uma rapariguinha simples, de rosto sereno e olhar meigo, a mais velha de uma família de sete irmãos. Os pais, pequenos proprietários, viviam essencialmente da agricultura e de alguns negócios que faziam, relacionados com a mesma, o que lhes permitia criar os filhos e, ainda, a pouco e pouco, ir aumentando o seu património.
Soledade, ajudava os pais na lida da casa (como era costume com as raparigas da aldeia) e, devido à grande habilidade que tinha para a costura, fazia também a roupa para os irmãos. Nas horas vagas, normalmente à noite, à luz do candeeiro de petróleo, preparava o seu enxoval, fazendo lindos bordados e bainhas abertas em toalhas e lençois de linho que ainda hoje podemos apreciar como verdadeiras obras de arte.
Naquele tempo, em que o casamento dos filhos era planeado pelas famílias, conforme os interesses de reunião de propriedades, foi com o primo Manuel que contraiu casamento que manteve por cerca de quarenta anos, até que a morte de Manuel os separou. Foi uma esposa fiel e dedicada, sempre pronta a qualquer sacrifício para ajudar o marido e criar os três filhos que Deus lhes deu.
Era uma alma simples e boa: na sua casa havia sempre comida e cama para quem dela precisasse - se não havia, improvisava-se nem que para isso tivesse que roubar tempo às suas horas de descanso, que já eram poucos - e por isso, recebeu sempre a estima e o respeito das centenas de pessoas que passaram pela sua casa.Em noites frias de Inverno havia sempre uma fogueira junto ao forno e um prato de sopa quente para aquecer os viajantes que se deslocavam pelo país para fazer os seus negócios nas feiras e porta a porta: ourives, tendeiros, negociantes de gado, etc. Mais tarde, com a construção dos quartéis, eram também os militares a procurar uma comida mais saborosa quando o rancho não lhes agradava e assim, a pouco e pouco a sua casa foi-se transformando numa modesta casa de comidas onde as pessoas eram bem recebidas e comiam bem e barato (as que não podiam pagar, também não ficavam sem comer).
Com simplicidade, respeito e sempre com um sorriso nos lábios foi esta a sua vida, uma vida que terminou aos 84 anos, já velhinha, corcovada pelo peso dos anos e do trabalho mas sempre com um sorriso lindo nos lábios e o olhar de uma ternura que, ainda hoje, não esqueço.
Presto aqui homenagem à minha AVÓ SOLEDADE, uma MULHER simples que me transmitiu muitos valores que têm orientado a minha vida e que eu recordo com muita saudade. Ela foi, sem dúvida, uma das MULHERES que marcaram a minha vida!!!

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