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quinta-feira, 11 de janeiro de 2024


TERRAS RAIANAS

MÉRIDA 


18  de Novembro de 2023

Nesta nossa viagem do mês de Novembro, após visitarmos Campo Maior e Badajoz, faltava-nos Mérida, capital da Estremadura espanhola e uma das mais antigas cidades da Península Ibérica onde encontramos um valioso património arqueológico que nos permite conhecer melhor os povos que habitaram esta região.
Consta que a cidade foi fundada como colónia romana no séc. I a.C. por ordem do Imperador Otávio Augusto para servir de local de aposentação para os soldados veteranos da V e X Legiões. Daí lhe vem o nome, dado pelos romanos - AUGUSTA EMÉRITA.
A cidade era uma das mais importantes de toda a Hispânia e dispunha de todas as comodidades de uma grande urbe, sendo a capital da província da Lusitânia.
Ao longo dos séculos foi sendo ocupada por outros povos como os Visigodos, mais tarde por muçulmanos  e em 1230 reconquistada pelas  tropas cristãs de Afonso IX de Leão. Todas estas civilizações deixaram as suas marcas.
Mérida encontra-se na região atravessada pelos rios Guadiana e Albarregas.
O conjunto arqueológica de Mérida foi inscrito na lista do Património Mundial em 1993 devido à sua importância histórica e monumental.


Uma das entradas de acesso ao Anfiteatro

Anfiteatro de Mérida, erigido no ano 8 a.C. foi palco de espetáculos muito populares naquela época como os jogos de gladiadores, as caçarias de feras e lutas entre animais selvagens em cenários artificiais que recriavam selvas e outros ambientes naturais. tudo isto em cima de grandes estrados de madeira que formavam a arena. A lotação deste espaço era entre 15 a 16 mil espetadores. O anfiteatro encontra-se contíguo ao Teatro Romano.

Teatro Romano construído sob o patrocínio de Agripa, genro de Augusto, entre os anos 15 e 16 a.C. Tal como o Anfiteatro, o Teatro foi parcialmente edificado na ladeira de um cerro ali existente, para diminuir os custos da construção

Esta obra monumental, nesta cidade histórica é a única que após o seu restauro voltou a ter a sua função original pois desde 1933 que é palco do Festival Internacional de Teatro Clássico de Mérida


A parte traseira do Teatro

No espaço circundante encontram-se ruínas de outros edifícios de utilidade pública. Nesta civilização tão desenvolvida para a época, ficamos sempre surpreendidos com a capacidade intelectual dos engenheiros da época na construção destas obras já tão evoluídas, muitas das quais perdurando ao longo dos séculos.

Nas traseiras do teatro há um grande jardim com inúmeros vestígios arqueológicos da funcionalidade daquele espaço.

 Neste muro que limitava o espaço do teatro encontram-se alguns nichos com estátuas dos membros da família imperial.

Visitámos o conjunto monumental durante a manhã deste primeiro dia que passámos em Mérida. Após o almoço utilizámos o comboio turístico para conhecer o resta da cidade.

Oratório dedicado a Santa Eulália, conhecido pelo nome de Hornito

Igreja de Santa Eulália, um dos locais mais importantes da história cristã da Península Ibérica, tendo sido o 1º templo cristão erigido na Hispânia na época do imperador Constantino. Por baixo desta igreja (reconstruída em 1230 após a reconquista deste território, abandonado pela comunidade cristã em 875), pode admirar-se a Cripta, escavada na década de 1990, onde se vêem ruínas romanas e visigodas, pinturas murais e um mausoléu que recorda o acontecimento que justificou a construção deste templo: a memória de Santa Eulália, a menina mártir que se tornou num símbolo de persistência e fè cristãs face à perseguição romana.

Alguns pilares do Aqueduto dos Milagres, do qual se vêm outros troços nas 3 fotos seguintes.

Este importante aqueduto faz parte de uma construção hidráulica que trazia a água da represa de Proserpina. O seu nome "Los Milagros" deve-se à admiração que o seu estado de conservação causava entre as populações locais, apesar das vicissitudes do tempo. Ainda se conservam mais de 800 metros deste aqueduto apesar de algumas das suas torres de granito e tijolo terem cerca de 27 m de altura.





Parte da muralha da Alcáçova àrabe

Ponte Romana

Praça de Touros

Terminada a viagem no comboio turístico esta na hora de regressar à autocaravana e descansar pois o dia tinha sido muito completo e já se fazia sentir algum cansaço.
No dia seguinte já com as forças retemperadas das caminhadas que fizemos na véspera, fomos visitar o Museu Nacional de Arte Romana que exibe um considerável património de material encontrado no conjunto arqueológico de Mérida.
Este museu, construído entre 1980 e 1986 com a finalidade de albergar o imenso património arqueológico encontrado nas escavações, é um edifício concebido pelo arquiteto espanhol Rafael Moneo. Deslumbra-nos pelas sua colossal dimensão, notável no interior pelo uso reiterado de arcos e a utilização de tijolo e cimento, recriando os grandes edifícios do período tardo-romano. Está perfeitamente integrado no local onde se encontra implantado, aproveitando a morfologia do terreno. Tem um espólio riquíssimo e todo este conjunto nos encantou.

Na cripta do museu foram encontradas várias casas romanas que se conservaram no local Nalgumas destacam-se colunas e restos de pinturas murais 




Neste museu podemos admirar uma das melhores coleções de escultura romana e mosaicos da Península Ibérica.





Os inúmeros objetos expostos permitem-nos um conhecimento do modo de vida dos romanos e dos habitantes de Mérida ao longo das várias épocas




Muito havia ainda para conhecer nesta bela cidade onde se cruzaram várias civilizações mas ficará para uma próxima visita.
Regressámos ao nosso país com vontade de voltar e, logo que possível, assim faremos.


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