TERRAS RAIANAS
BADAJOZ
15 de Novembro de 2023
Estando em Campo Maior e tendo já percorrido quase todas as ruas visitando os locais de maior interesse histórico, cultural e paisagístico, era nossa intenção fazer o mesmo em Badajoz que só conhecíamos de passagem ou de esporádicas viagens em trabalho nos anos 90 do século passado. E foi isso que fizemos. Após o almoço em Campo Maior num dos vários restaurantes que experimentámos (neste caso, a Taberna do Ministro que mais uma vez não desiludiu) rumámos a Badajoz numa curta viagem de cerca de 20 km e dirigimo-nos à AS situada junto ao rio e perto da ponte pedonal que nos conduz ao centro, atravessando o Guadiana.
O espaço é agradável e dispõe de bastantes lugares o que não impede que muitas vezes se encontre completamente ocupada. Não foi o caso pois ainda havia alguns lugares disponíveis e, apesar de uma ligeira inclinação no terreno que corrigimos com a colocação de cunhas, ficámos muito bem instalados.
Aproveitámos para dar um passeio pelo belo parque nas margens do rio, o Parque do Guadiana, onde, naquele fim de dia e com o tempo ameno que se fazia sentir, se encontrava muita gente a fazer caminhada ou outro tipo de exercício físico.
De regresso à AC sentámo-nos um pouco numa das agradáveis esplanadas que por ali se encontram e assim se passaram as nossas primeiras horas em Badajoz.
Junto ao rio, os patos que ali habitam, mal sentem a aproximação de pessoas vêm todos em bando na esperança de receber algum alimento, o que constitui uma distração para miúdos e graúdos
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O dia estava a chegar ao fim e as luzes da cidade espelhando-se no rio davam-lhe um luminoso aspecto, pleno de encanto e de magia
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A noite foi tranquila e nada nos incomodou apesar de ao fim do dia os lugares estarem praticamente todos ocupados.De manhã preparámo-nos para ir à descoberta da cidade e assim fizemos. Atravessámos a ponte de Palmas, a ponte pedonal que nos dá acesso a pé ao centro da cidade. Logo em frente à saída da ponte, temos a Porta de Palmas, um dos monumentos mais representativos da cidade, ladeada por dois torreões cilíndricos e inserida na fortificação abaluartada que envolve a zona histórica da cidade.
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Igreja de S. João Batista na Plaza Minayo |
Percorrendo as ruas frente à Porta de Palmas, procurámos um Posto de turismo para recolhermos informação sobre a cidade. Na Praça Minayo encontrámos o que pretendíamos, no Centro cultural El Hospital que funciona nas instalações de um antigo hospital. Perto fica o Teatro Lopes Ayala, (na foto acima, edifício por detrás da estátua).Dali seguimos para a Praça de Espanha onde se situa a Catedral que visitámos não deixando de subir os imensos degraus da sua torre com 41 metros de altura e de onde se admira uma vista espetacular.
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A Catedral de S. João Batista, construída entre os séculos XIII e XVIII situa-se na Praça de Espanha, o coração do centro histórico.
Exteriormente a catedral assemelha-se a uma fortaleza com paredes maciças, ameias e uma torre sóbria onde se encontra o campanário. |
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Se o exterior da Catedral é de linhas simples destituído de adornos arquitetónicos, o mesmo não se pode dizer do seu interior, em gótico tardio. Tem uma nave principal e duas laterais, um altar mor com um retábulo profusamente decorado |
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Os vários altares laterais também são muito ricos, alguns em talha dourada |
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Num dos andares da torre sineira encontra-se o complexo e antigo mecanismo do relógio da torre. Ali podemos também observar as instalações onde vivia o sineiro e a sua família. |
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O dia estava com alguma nebulosidade mas a vista é esplêndida |
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Edifício do Ayuntamento de Badajoz |
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A Casa Buiza é um dos edifícios que se destacam na Praça de Espanha pelo seu estilo regionalista andaluz
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Depois de visitar a catedral e já com as pernas a acusar a subida à torre, estávamos na hora de almoço, o que fizemos (e muito bem) num dos restaurantes da Praça Alta, uma das que mais nos encantou pela sua dimensão e pela sua beleza, em estilo mudejar com as suas arcadas e o colorido desenho geométrico das fachadas dos edifícios que a rodeiam.
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Plaza Alta |
Esta praça foi outrora o centro administrativo da cidade e também um centro social e de comércio. Aqui se encontram vários restaurantes com belas esplanadas. E foi aqui que almoçámos na Bodega San José e retemperámos forças para a visita à Alcazaba, a cidadela islâmica muralhada que visitámos após o almoço.
A Alcáçova de Badajoz fica situada no alto do Cerro de La Muela, com uma vista dominante sobre a planície em redor. A topografia do terreno reforçava o seu caráter defensivo: era rodeada por encostas íngremes e dois fossos naturais: o Guadiana e a ribeira de Rivillas.
O conjunto muralhado da alcáçova foi considerado Monumento Histórico-Artístico em 1931. No seu interior situa-se o Museu Arqueológico, a Biblioteca da Estremadura, instalada no antigo Hospital Militar onde também funciona a Faculdade de Ciências da Documentação e da Comunicação da Universidade da Estremadura.
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Foi por esta entrada que acedemos ao interior do recinto da Alcáçova. É a Porta do Capitel, , uma das duas portas da época almóada perfeitamente conservadas. Na torre que se vê por detrás tem outra porta, obrigando quem entrava a fazer uma curva entre muralhas. Assim, o acesso podia ser vigiado da muralha e da torre situada junto a ela. |
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Palácio dos Condes de la Roca onde, actualmente, funciona o Museu Arqueológico |
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Parte da muralha com um largo passeio por onde se pode circular e as várias torres que se encontram ao longo da mesma |
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A Torre de Espantaperros é a torre mais importante da Alcáçova, também conhecida como Torre de Atalaia ou de Alpéndiz. O seu nome popular (espantaperros que quer dizer espanta cães) deve-se ao som agudo do sino que outrora existia na torre. |
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Das muralhas conseguimos ter bonitas vistas sobre a cidade |
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No interior da Alcáçova há um extenso parque público com abundante vegetação e espaços abertos
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O dia estava a chegar ao fim e havia que regressar à autocaravana que ainda estava um pouco distante. Fizemo-lo sem pressa percorrendo as típicas ruas desta zona e apreciando alguns edifícios mais carismáticos.
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Igreja de Santo Domingo |
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La Giralda, bonito edifício em estilo neo-modéjar. Foi construído como edifício comercial em 1930 no local onde existiu a 1ª Ermida de la Soledad, reconstruída mais tarde num outro espaço no mesmo largo.
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Estivemos 3 dias em Badajoz e este 3º dia foi aproveitado para passear pelas ruas do casco antigo. almoçámos num dos restaurantes desta zona e de tarde continuámos o nosso passeio no parque do Guadiana onde fica a AS.
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Uma referência ao Fado na Plaza de Portugal |
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Ermida de La Soledad na Praça do mesmo nome |
Ao anoitecer ainda registámos nalgumas fotos a beleza desta cidade onde as luzes realçam tantos tesouros escondidos que o dia nos mostra com outras cores de uma outra beleza.
Daqui seguimos para Mérida que também fazia parte deste nosso projeto de viagem. E sobre Mérida será a próxima mensagem.
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