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quarta-feira, 27 de dezembro de 2023



SETEMBRO, MÊS DE VINDIMAS E TRADIÇÕES

LINDOSO

Não foi esta a primeira vez que fizemos paragem no Lindoso mas na anterior passagem não tivemos oportunidade de visitar o castelo visto que se encontrava em obras. Desta vez tivemos sorte e pudemos apreciar este Monumento Nacional, testemunha das nossas origens como País e um dos mais importantes monumentos militares portugueses pelas novidades técnicas e arquitetónicas que ensaiou, à época, na defesa da fronteira. 
Foi construído na Idade Média precisamente com essa função de vigia e defesa mas também como um marco de soberania.
Este castelo localiza-se na freguesia de Lindoso, concelho de Ponte da Barca, sobre a margem esquerda do rio Lima.









No castelo existe um núcleo museológico que nos conta um pouco da sua história. Ao longo dos anos têm sido feitas escavações arqueológicas onde foram encontrados elementos que permitem perceber um pouco mais da vida nestas terras de fronteira.

A igreja da aldeia

Este é o maior e mais bem conservado conjunto de espigueiros destas terras nortenhas em que os cereais eram indispensáveis para a alimentação das pessoas e animais

 O largo do cruzeiro era lugar de fé mas também de festa e romaria. Aqui, existia também uma eira comunitária onde o cereal  era separado da palha e preparado para guardar .


O rio Lima correndo por entre os montes, embeleza a paisagem e fertiliza as terras por onde passa

Uma antiga moradia que no século passado foi a loja de aldeia onde tudo se vendia, é hoje um agradável restaurante que serve a gastronomia da região com a excelência dos produtos que aqui se criam. A Casa do Destro não desiludiu , antes pelo contrário, surpreendeu-nos pela positiva. A Posta de Cachena que  degustámos ao almoço estava deliciosa, sobretudo pela suculência e textura macia, do sabor da carne destes animais criados em pastagens de grande altitude.  Tudo isto contribuiu para uma bela refeição.



Terminada a refeição e a visita à aldeia, era tempo de continuar a viagem. O próximo destino seria Montalegre. O percurso foi feito por Espanha uma vez que a diferença de Kms não era grande e pareceu-nos melhor estrada. Passámos por Xinzo de Limia, município da província de Ourense na comunidade autónoma da Galiza e que é conhecido pelo seu famoso Carnaval.
Nesta zona de Espanha a paisagem é muito idêntica dos dois lados da fronteira, de modo que quase não nos apercebemos de que entrámos noutro País, tal é a convivência que existe entre estas populações fronteiriças.

 Montalegre

Chegámos a Montalegre ao fim da tarde e dirigimo-nos à AS para estacionar a AC e, em seguida, fazer o reconhecimento dos seus arredores. A As situa-se no Largo da feira, um enorme recinto vedado e com infraestruturas para o estacionamento, pernoita (se não fôr dia de feira) e mudança de águas. Fica ao lado dos Bombeiros, de uma estação de camionagem  e de alguns edifícios utilizados para exposições e outros fins culturais. Está próximo do centro da vila e dos principais monumentos. O piso tem uma ligeira inclinação, nada que não se resolva com as "cunhas".
AS Montalegre: N  41º 49' 22''    W  07º 47' 10'' 
Passámos uma noite tranquila. Quando chegámos éramos os únicos ocupantes da AS mas passado algum tempo chegou um outro companheiro.

No dia seguinte fomos visitar, esta vila raiana do distrito de Vila Real que tão rica é em costumes e tradições. Já lá tínhamos estado há alguns anos num encontro de autocaravanistas no Parque de campismo junto à albufeira da barragem do Alto Rabagão e tivemos oportunidade de assistir a dois dos mais tradicionais costumes que distinguem esta região: a Chega de Bois e a Queimada, antiga tradição da cultura e medicina popular que o Padre Fontes imortalizou com o enorme impulso que deu a estas formas de "saber" do povo.
Um dos principais monumentos è o seu castelo construído no séc. XIII num ponto elevado da vila de forma a melhor poder exercer a função de vigia e defesa do reino de Portugal.

Uma das ruas da zona antiga onde se ergue o Pelourinho, símbolo máximo da dignidade municipal onde se expunham e castigavam os criminosos. Era costume serem construídos na praça principal de uma vila ou cidade, portanto, esta zona seria o centro da vila no séc. XIII.

Estátua de João Rodrigues Cabrilho, natural de Montalegre, ilustre navegador português que, no séc. XVI, descobriu a Costa da Califórnia. Esta estátua encontra-se no largo central junto à Câmara Municipal.

Edifício da Câmara Municipal


Igreja de Montalegre


     Ecomuseu do Barroso, um espaço onde se guardam memórias e se transmitem saberes

O espaço dedicado ao Padre Fontes no Ecomuseu do Barroso, dá-nos a conhecer este ilustre transmontano que tem dedicado a vida a promover  e desenvolver a sua região, não esquecendo as raízes e os usos e costumes dos antepassados.

Mais uma vez deixámos Montalegre com vontade de voltar e de conhecer melhor aquela região que tão rica é em paisagens, monumentos, gastronomia, património histórico e cultural, costumes e tradições.
Seguimos para Boticas através das vastidão da paisagem que separa estas duas vilas transmontanas, com a alma plena de satisfação pela calma, tranquilidade e beleza que estes lugares nos oferecem.

Ao longe avista-se a albufeira da barragem do Alto Rabagão cujos terrenos envolventes já estão preparados para receber as primeiras chuvas






Encaixada entre os montes, como que para se proteger dos ventos agrestes que sopram nas invernias, aparece Boticas, outra joia de Trás-os-Montes


Boticas

Chegados a Boticas dirigimo-nos a um grande estacionamento junto da GNR e da igreja de Nª Srª da Livração (local onde é permitida a pernoita) para estacionar a casinha rolante e depois podermos visitar a vila calmamente. 
GPS: N 41º 41' 18''   W 07º 39' 51''
O parque é muito próximo do centro da vila e lá ficámos duas noites em completo sossego, podendo deslocar-nos para vários pontos da vila com muita facilidade.
Ribeira do Fontão ao longo da qual foi construído um belíssimo espaço de lazer aproveitando algumas infraestruturas já existentes



Zona envolvente ao edifício dos Paços do Concelho - lugar onde se preservam memórias e se valoriza a cultura transmontana.

Igreja de Nossa Senhora da Livração, a Matriz de Boticas
Junto desta igreja há um grande parque de estacionamento onde é permitida a pernoita em autocaravana. Foi aqui que ficámos.

Um recanto na zona antiga



O Parque do Fontâo é um espaço verdejante que convida a momentos de descontração e lazer. Aqui se podem praticar actividades desportivas e tem vários equipamentos para as crianças. Local muito agradável

No mesmo parque uma estátua de Miguel Torga numa homenagem a este ilustre transmontano.






Centro de Artes Nadir Afonso, outro ilustre transmontano, arquiteto, pintor e pensador, natural de Chaves



Foram dois dias muito bem passados em Boticas mas apesar do tanto que nos encheu a vista e a alma, muito ficou ainda por descobrir. Estas terras são, na verdade, um encanto para quem as visita. 
Daqui seguimos para Peso da Régua, iniciando assim a nossa viagem de regresso, fazendo uma passagem por Santa Marta de Penaguião  para conhecer a nova AS e, eventualmente, ficar para o dia seguinte o que não se concretizou porque achámos a área um pouco distante do centro da vila e preferirmos ir para a Régua.

Esta é a AS de Penaguião situada num local com uma vista maravilhosa.





Peso da Régua é um dos locais preferidos dos autocaravanistas para uma paragem e daí a AS estar, quase sempre com a lotação esgotada... porém há sempre a possibilidade de um estacionamento nas proximidades
A ponte pedonal que atravessa o rio e de onde podemos disfrutar de uma linda vista




O regresso a casa fez-se calmamente com mais umas paragens em lugares já conhecidos mas onde nos sentimos bem.
Há sempre o IR e o VOLTAR que também é muito agradável. Vamos preparar a próxima ...









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