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sábado, 1 de julho de 2023

AMENDOEIRAS EM FLOR

PARTE II

MARÇO / 2023

6º dia - 14/3/2023 > Bragança - Varge - Rio de Onor - Edrosa

O vento e a chuva deram tréguas e achámos que era um bom dia para visitar Rio de Onor. Fizemos a manutenção da Ac em Bragança e seguimos para Rio de Onor, aldeia na raia e que tem a particularidade de ser metade portuguesa e metade espanhola, separadas pelo rio Onor. A aldeia parece uma só; na margem portuguesa do rio fica Rio de Onor e na margem espanhola fica Rihonor de Castilla. A população das duas partes, que vive essencialmente da agricultura e da criação de gado, desloca-se e trabalha os campos indiferentemente, quer eles se situem de um lado ou outro da fronteira.
Pelo caminho passámos por Varge, uma outra aldeia também muito bonita e original


Ruas estreitas, casas antigas, algumas a beneficiar de obras de recuperação usando os materiais da região como estas lajes de pedra utilizadas para suportar a varanda.

O pequeno rio que atravessa a povoação empresta à aldeia uma beleza singular a que a paz e a calma que se respira em redor valorizam, ainda mais, estes pequenos povoados transformando-os em lugares mágicos.





E para que não haja desculpas pelo desconhecimento da lei, o aviso está bem visível :  

     "O CONSELHO DIRETIVO DOS BALDIOS DE VARGE PROÍBE A SAÍDA DE LENHA A PESSOAS QUE NÃO PERTENÇAM A ESTA LOCALIDADE. QUEM NÁO RESPEITAR SERÁ PUNIDO!" 

Pois é... nestas terras frias do nordeste transmontano, a lenha é um bem precioso, indispensável para o aquecimento de inverno




Nestas aldeias mais isoladas e em zonas protegidas, vivem poucos habitantes que têm um grande espírito comunitário, notando-se a existência de equipamentos para o serviço de toda a população como o moinho comunitário, o forno, o lavadouro público, o touro, etc.











                   O lavadouro público


As casas são de xisto, de dois andares com varanda de madeira. Em baixo eram as instalações do gado e em cima moravam as pessoas





A Casa do Touro era um estábulo, morada do touro comunitário, utilizado por toda a população quando necessário. Todos contribuíam para o seu sustento.
Hoje é um espaço museulógico (que não pudemos visitar porque encerra às 2ªs e 3ªs) dedicado à história e cultura de Rio de Onor. Através do recurso às novas tecnologias podemos recuar no tempo e observar o comunitarismo, a regência do Conselho, o touro do povo e as festas dos rapazes.

Estas aldeias tinham um sistema de administração que era exercido por dois mordomos designados pelo Conselho que garantiam o cumprimento das regras estabelecidas na aldeia, servindo para registo da aplicação das multas.




Aqui começa a aldeia espanhola Rihonor de Castilla

A azenha comunitária








Rio de Onor tem um parque de campismo rural, sobretudo para tendas mas, no inverno, às 2ªs e 3ªs encontra-se quase tudo encerrado, até mesmo os restaurantes e no parque de campismo também ninguém nos atendeu. Almoçámos na AC, num estacionamento junto ao rio, frente ao parque de campismo.

Feita a visita à aldeia regressámos a Bragança percorrendo, em sentido inverso, a estrada de 20 e tal kms que tínhamos feito de manhã.
De Bragança seguimos para Edrosa, pequena aldeia, menos conhecida que Rio de Onor  mas com uma paisagem deslumbrante, rica em floresta de carvalhos, cedros e outras espécies, soutos de castanheiros bem tratados assim como a  vinha, olival e amendoal ao longo  das encostas que ondulam por entre vales de pequena profundidade.
Gente simples e muito afável. Visitámos a aldeia porque é o berço natal de pessoa amiga que sempre enalteceu a sua terra e nos despertou a curiosidade de a conhecer, não só pela simpatia dos seus habitantes mas pela excelência dos seus produtos agrícolas .
Confirmámos a veracidade das suas afirmações. 



Pernoitámos neste espaço perto da Junta de Freguesia. Noite muito tranquila na maior segurança. Tal como nos foi dito por habitantes da terra "nesta aldeia as portas não se fecham porque todos se respeitam uns aos outros"

7º dia  -  15/3/2023  >  Edrosa  - Mirandela  .  Régua

Como a noite foi tão tranquila acordámos já um pouco tarde. Saímos a meio da manhã em direção a Mirandela.
Passagem por Torre de D. Chama, uma vila portuguesa do concelho de Mirandela, que foi sede de concelho durante quase seis séculos e cuja origem remonta a tempos anteriores à formação de Portugal.






Chegámos a Mirandela perto da hora de almoço e aproveitámos para fazer uma paragem num dos parques junto ao Tua para almoçar, o que aconteceu num restaurante próximo, aproveitando também para fazer umas fotos na zona.





Após o almoço (comemos uma parrilhada que nos soube muito bem pois, ultimamente só temos comido carne), pequeno passeio junto ao rio  e seguimos viagem até `Régua  onde iríamos pernoitar.







Chegámos a meio da tarde, dirigimo-nos à ASA junto ao Douro onde já se encontravam, como habitualmente, várias autocaravanas mas ainda havia lugar para nós.
Aproveitámos o resto da tarde para fazer umas compras de bens que nos faltavam para reabastecer o frigorífico e depois uma caminhada junto ao rio, neste espaço tão agradável que sempre nos encanta de cada vez que visitamos a Régua.

8º dia  -  16/3/2023  >  Régua

A  ASA da Régua está muito bem equipada pois cada parcela dispõe de eletricidade, água e esgoto de águas cinzentas, que nos proporciona grande comodidade.
Aproveitámos o dia para usufruir desta bela paisagem que a zona ribeirinha nos oferece fazendo a nossa caminhada pela ponte pedonal que atravessa o rio e pela margem do Douro, aproveitando as pistas destinadas para esse efeito.
Almoço no restaurante das piscinas e à tarde nova caminhada pois, apesar de haver a hipótese de vir chuva, tal não se concretizou e a tarde esteve muito boa.
Jantar na AC onde vimos o jogo do Sporting com o Arsenal  que terminou com a vitória dos leões.
À noite o descanso soube muito bem pois estávamos cansados.















9º dia  17/3/2023  >  Régua - Viseu

De manhã acordámos com um dia cinzento em que se faziam sentir alguns aguaceiros. Optámos por seguir em direção a Viseu pela N2, com paisagens lindíssimas mas cuja beleza não podemos apreciar devidamente, devido ao mau estado do piso aliado ao acidentado do terreno onde é necessário conduzir com muita precaução pelas inúmeras curvas e contracurvas. Enfim, fazendo uma condução preventiva lá seguimos a nossa rota até Castro Daire e daí para Viseu.
À entrada de Viseu e sendo horas de almoço, passámos num restaurante que nos despertou a atenção: "O Forno da Mimi". Visto haver estacionamento de feição, parámos para almoçar.
Em boa hora o fizemos. Estando com dúvidas sobre o prato a escolher visto que havia vários do nosso agrado, a responsável pelo serviço sugeriu-nos o Cozido à portuguesa, prato especial daquele dia. Aceitámos a opção e em boa hora o fizemos : estava divinal!... Carne ótima, enchidos de excelência, hortaliça e legumes cozidos no ponto... enfim, nada a reclamar e o tempero, de uma suavidade que nos deixou maravilhados. Tudo isto acompanhado  por um vinho do Dão também muito bom. 



Para sobremesa optámos pela "Pêra bêbeda" que veio confirmar os dotes do chef. Cozinha tradicional mas com mão de especialista. Parabéns ao Forno da Mimi e ao grupo Visabeira.

Após o almoço, fizemos a pouca distância que nos separava da AS de Viseu, onde iríamos pernoitar e aí arrumámos o nosso T0. Como ainda era cedo, demos um passeio pelos arredores, visto que o tempo melhorou e a chuva deu tréguas.
Com a chegada da noite e a temperatura a baixar, regressámos à AC, depois de uma visita ao  Fórum.
Jantar na AC e o merecido descanso.


10º dia - 18/3/2023  >  Viseu - Mortágua

Não era nossa intenção permanecer muito tempo em Viseu pois já tínhamos visitado em outras ocasiões.
Seguimos para Mortágua onde a AS é muito boa e mais sossegada do que em Viseu. Chegámos a Mortágua perto da hora de almoço e depois de instalados na sua belíssima ASA, inserida num agradável Parque Verde, fomos almoçar ao restaurante "A Roda". 
Durante estas nossas viagens em autocaravana, além de procurarmos conhecer a história, a cultura e a arquitetura, a beleza paisagística das regiões que visitamos, também a gastronomia desperta o nosso interesse e o almoço é quase sempre num restaurante. Desta vez saboreámos uma especialidade de Mortágua - a Lampantana, feito com carne de ovelha, diferindo da Chanfana pela qualidade da carne: na Chanfana é carne de cabra e na Lampantana, carne de ovelha ( o nome vem da lã de ovelha ). Ambos os pratos são cozinhados no forno, com vinho tinto, em caçoilas de barro. 
Estava ótimo, acompanhado de grelos e batata cozida.

O resto da tarde foi aproveitado para conhecer melhor esta terra onde a presença humana se encontra desde o Paleolítico e que foi testemunha de vários episódios da nossa História que ocorreram nesta região e contribuíram para a formação e manutenção do Reino de Portugal.
No sec. XIX, durante a 3ª invasão francesa, as tropas de Napoleão, comandadas pelo general Massena, atravessaram estas terras sacrificando-as com saques, pilhagens, incêndios... Foi aqui que pernoitaram e prepararam a batalha do Buçaco onde foram derrotadas pelas tropas anglo-lusas.
A barragem da Aguieira, construída na década de 80 do séc. XX, veio permitir um maior desenvolvimento desta região com a melhoria das vias de comunicação e a instalação de várias empresas.
Aqui podemos desfrutar de um vasto território natural onde podemos observar pequenos cursos de água que circulam nos frescos vales, ladeados de arvoredo.





























Foi uma belíssima caminhada com uma rota extremamente agradável ao longo da ribeira. É um percurso sem grande dificuldade porque  se encontra muito arranjado e é plano. verificámos com agrado que era utilizado por muitas pessoas de várias idades que aqui vinham fazer o seu exercício diário, cada qual ao seu ritmo. Outro aspeto que valorizamos é a simpatia das suas gentes que quando se cruzavam connosco tinham sempre um cumprimento e um sorriso. È um sinal de civismo complementado por não termos encontrado actos de vandalismo nos equipamentos que estavam muito bem conservados.


11º dia  -  19/3/2023

Domingo passado em Mortágua e dedicado ao descanso. Por ser Dia do Pai, tínhamos planeado um almoço mais elaborado porém, os restaurantes em Mortágua fecham quase todos ao domingo e aquilo que se encontrava aberto não nos merecia confiança. Optámos pela solução de recurso: encomendámos frango assado numa churrasqueira que se encontrava aberta e que só tinham mesmo isso, ao domingo, para levar para casa.
Assim foi, após a missa a que assistimos na AC pela TV, fomos buscar o franguinho e na comodidade da nossa casinha rolante , saboreámos a refeição acompanhado por uma garrafinha de Bafarela 17 Superior, de 2011 que o filho nos oferecera para beber neste dia.
Tarde de descanso terminada com um caminhada pela vila.
Jantar na Ac e serão ocupado a ver os programas de domingo na TV.
Amanhã seguiremos para Coimbra.

12º dia - 20/3/2023  >  Coimbra

A nossa passagem por Coimbra foi breve mas desperta-nos sempre a vontade de  fazer uma ou outra fotografia da linda paisagem que nos enche o olhar neste parque junto ao rio.








Na manhã seguinte seguimos para Soure que revisitamos sempre com agrado.

A Câmara Municipal de Soure funciona num belo edifício do início do séc. XX com elementos decorativos em pedra calcária onde predominam os cordeamentos e os motivos florais, que imprimem traços do estilo neomanuelino à sua construção.


 
O castelo de Soure, atualmente em ruínas, integrava a linha de redutos defensivos de Coimbra e foi testemunha de ataques de vários povos que ao longo dos tempos foram disputando a posse destas terras.

De Soure partimos para a Praia da Vieira onde se encontravam a filha, genro e netos a passar uns dias de férias. Foram uns dias agradáveis que passámos com eles, regressando depois a casa com os olhos e o coração cheios de felicidade.
























































 

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